14 agosto, 2017

A poluição sonora, a raiva que você sente e seu direito de sossego.


  1. Um carro passa, você sente a chão vibrar. O som é altíssimo, mas está tudo certo, você já se acostumou com isso. 
  2. Um bar da esquina a noite, um som ao vivo com caixa e amplificadores ao ar livre. Você mal consegue dormir, mas está tudo bem, é assim mesmo. 
  3. Uma festa na escola de seu filho, encontro de pais. O som do microfone e da música de fundo estão insuportáveis pela qualidade e pelo volume, mas é assim mesmo, você parece o único a ter se incomodado. Deixa pra lá. 
  4. O vizinho adora ouvir música alta, você tem um recém nascido em casa. Você pensa 'se eu for reclamar é possível que ele aumente o som ainda mais. Deixa pra lá, meu filho acostuma'. 
  5. Você caminha na rua, acabou de descer de um ônibus, o trânsito está parado, não há saída para os carros e mesmo assim as buzinas não param. São fortes e demoradas. Ninguém quer saber se existe um pedestre passando ao lado. Você segue com um estresse inevitável. É assim mesmo. Nem adianta reclamar. 
  6. Na sua casa, seu filho na sala assiste televisão em som elevado, você cansado tenta dormir. Vira de lado com o travesseiro sobre a cabeça e se convence de que não vale a pena enfrentar seu filho. Afinal ele é jovem e quer curtir a vida. 

Certo? 

ERRADO! Está tudo ERRADO! Todas as situações acima tratam de exemplos de poluição sonora e desrespeito ao espaço alheio. Todos temos direito a nosso espaço e sossego e nisso está incluído nosso espaço sonoro. Além disso, poluição sonora é crime. Quando você se cala e aceita que está tudo bem você está colaborando com esse abuso.

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Há diversas pesquisas que comprovam que desajustes sonoros causam danos à saúde. Entre esses danos estão efeitos auditivos, de perda de audição, e não auditivos, como raiva, estresse, doença cardiovascular, distúbio do sono e distúrbios cognitivos.

A OMS reconhece como problema de saúde publica a poluição sonora e seus efeitos sobre crianças e adolescentes. Geralmente nessa idade, os mecanismos para lidar com o estresse são menos eficazes e as consequências de irritabilidade, dificuldade de concentração e frustração tem efeito direto no desempenho escolar. Há mais de 20 estudos que demonstram os efeitos da poluição sonora no desempenho cognitivo. Um deles avaliou mais de 2.800 crianças entre 9 e 10 anos de idade que estudavam perto dos aeroportos internacionais de Londres, Amsterdam e Madri – os autores demonstraram uma relação independente entre o nível de ruído e o desempenho escolar: um aumento de somente 5 dB  nos ruído médio relacionado aos aviões, causava um atraso de 2 meses em habilidades de leitura em crianças da Inglaterra e 1 mês naquelas que estudavam em Amsterdam. Esses resultados mostram que não há limiar seguro de ruído na sala de aula e a recomendação é que o durante as aulas o ruído ambiente não ultrapasse 35 dB.

Você imagina que isso é cultural e resultado de anos de má educação de um povo. Pode ser isso mesmo, mas não é certo se calar. Não é certo se tornar refém. É preciso que todos falem. É preciso que todos os incomodados registrem esse incômodo. É preciso que todos os que sentem os efeitos dessa poluição registrem isso em boletins de ocorrência. Boletins de ocorrência servem também para levantamentos estatísticos e de pesquisa que podem resultar em uma mudança de um modus operandi através do exercício de leis mais rígidas. Portanto, reclame! Reclame legalmente. Não fique apenas nas redes sociais. Reclame como cidadão. Você tem esse direito garantido por lei.

Uma escola não pode expor crianças desde bebês a sons altos. Por mais infantis que sejam as 'musiquinhas'. Principalmente quando se entende que escola trabalha com ensino e educação. E não se trata de educação doméstica, trata-se de educação sonora. De ensinar a ouvir, a fazer silêncio e a respeitar o silêncio alheio. Trata-se de ser exemplo e modelo. Crianças que gritam, com professores que gritam e filhos de pais que gritam é o que sobra pra uma sociedade que não reconhece a poluição sonora como um problema, ou que já se rendeu a ela. PS é um problema de saúde pública.

Um carro que passo com som alto está fora da lei. Você não é obrigado a ouvir. Anote a placa e reclame. Registre um boletim de ocorrência.

Um bar que entra na madrugada com som alto e desrespeitoso está fora da lei. Reclame!

Um visinho que não respeita sua presença ao lado e lhe força ouvir o som que ele escolheu pra ele está fora da lei. Reclame com as autoridades. Reclame!

Seu filho que roubou seu espaço sonoro porque está na adolescencia em fúrias não está certo. Imponha-se! Estabeleça limites. Reclame!

Não é questão de ser chato. É questão de cidadania. Reclame para que o mundo possa ser tomado de pessoas com bom senso. Pessoas que se sabem viver em sociedade e que não são donas do espaço alheio. Pessoas que não são ditadores tiranos que impõe aos outros o que eles tem de ouvir e em que volume. Simplesmente RECLAME com as autoridades competentes.

Não vai dar em nada? Vai! Uma enxurrada de reclamações sempre dá em algo. A polícia batendo à porta sempre resulta em algo. Costumes ruins podem ser mudados. RECLAME!

Faça um boletim de ocorrência online. Registre nos sites de reclamação. 

A poluição sonora e a sua raiva, falta de sono, estresse e desassossego estão muito relacionados. Reclame pelo bem da saúde sua e de muitos.

Pesquisadores europeus demonstraram que mais de 50% das pessoas que vivem em cidades com mais de 250.000 habitantes estão expostas a um nível médio de ruído maior que 55 dB por ano, nível que apresenta risco à saúde.

Atualmente, a poluição sonora é enquadrada, de forma expressa, como contravenção penal (Decreto-Lei 3.688/41), suscetível à pena de prisão de quinze dias a três meses, ou multa.

RECLAME!



10 fevereiro, 2017

Verdemais... de Rui Machado

a exposição que convida a ver demais!


Logo no início deste ano de 2017, meu querido amigo Rui Machado volta com sua temática amazônica e nos presenteia novamente com seus quadros e pinceladas para ver e viver: Verdemais. Para ver, deixar viver e levar junto uma pincelada de nossa amazônia cobiçada. 

São 10 quadros ou 5 que dialogam se você preferir; medindo 100 X 50 cm, em acrílica sobre tela que ficarão em exposição na DELL ANNO Galeria, Rua Mário Ypiranga, 1296, Adrianopólis em Manaus por 2 meses. 

Eu infelizmente não poderei ir a mais esta exposição e fazer parte dos muitos que apreciam a arte e a amizade de Rui. Não é de hoje que ele consegue o melhor público, aquele que vai porque gosta, aprecia, adquire o trabalho e compartilha.

É isso aí, Rui. Que você tenha saúde e motivação para continuar espalhando nossas cores e formas amazônias em seus quadros que viajam o mundo.

Nos slides abaixo eu mostro um pouco do trabalho de Rui nesta exposição com seus quadros, suas palavras e um pouco se seu curriculum. Material todo cedido pelo artista.




Apreciem!








30 dezembro, 2014

Pachamama - Exposição de Rui Machado

Uma exposição de abrir os olhos

Pachamama, mãe Terra, fértil, forte, frágil. Dona de todos os remédios e a quem temos dedicado tantos venenos. Abrimos os olhos para ti e vemos fragmentos perdidos de nós mesmos, de nossa natureza. O artista que te olha é o mesmo que te sente e que se integra e entrega a ti com seus traços, cores, formas e sentidos em total reverência. É em tua homenagem que Rui Machado, cuja arte e estilo de vida há muito tempo se dedicam a ti, apresenta suas obras com seu olhar preocupado, sensível, apaixonado, forte e poético em uma exposição que não se pode deixar de ver e apreciar.


Pachamama faz parte da inauguração do "Pátio Gourmet", um supermercado classe A em Manaus. São 12 quadros medindo 70 x 70 cm, em tinta acrílica sobre tela que ficarão expostos até o dia 04 de janeiro de 2015.  O Pátio Gourmet fica ao lado do Parque dos Bilhares, com acesso pelas avenidas Djalma Batista ou Constantino Nery (próximo ao posto de combustível Shell). A iniciativa é de Marcelo Gastaldi do Grupo Nova Era, e como ele mesmo bem disse "Manaus merece". Nós merecemos!
Rui Machado e Marcelo Gastaldi

As obras são belíssimas e misturam os prazeres visuais de cores quentes e frias, além de uma interpretação atualizada e  consciente de nossa natureza que só o artista nos poderia dar. É olhar e viajar em nosso tempo.

Rui Machado e sua Pachamama

Rui Machado é um amigo muito especial e não há como conhecê-lo sem conhecer também sua obra, impressa em sua personalidade. Ele e ela são as mesmas coisas. Rui é daquelas pessoas autênticas e translúcidas. Um artista que usa de várias linguagens para se comunicar e dizer o que sente e pensa. É poeta, compositor e pintor. Para além disso é uma ótima companhia e garantia de bom papo. Não faz tipo e nem aprecia esquisitice. É alegre e fez as pazes com a vida há muito tempo. Costumo pensar que ele é um desses sábios seres iluminados que observam e percebem tudo ao redor e que sabem exatamente a hora de dizer o que sentem porque também percebem quando isso de fato vai valer a pena. Ele não costuma perder tempo com bobagens, é um artista que virou arte. Rui é um achado!

Pachamama* não poderia ter vindo de melhores mãos.
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*As fotos deste post foram todas cedidas pelo próprio artista, Rui Machado. Fotos de quadros feitas por J. Zamith

















26 junho, 2014

Solteira e feliz? Não!

Solteira e feliz?


Nota de introdução. Sentada aqui no meu sofá, enquanto fujo de algumas (só algumas) comemorações da Copa por cá, ligo a TV e escolho o canal: GNT, programa Saia Justa com Astrid Fontenelle, Barbara Gancia, Maria Ribeiro e Mônica Martelli. É um programa com mulheres aparentemente normais, cheias de todas as qualidades, vaidades, dúvidas e defeitos como muitas de nós, mas mulheres que dão a cara a tapa na TV para conversar e repensar seus pontos de vistas. Não foi feito, pelo menos é o que acho, para ninguém mudar de opinião. A ideia alí é fazer a roda e conversar ética, comprometidamente e informalmente assuntos que para muitas de nós são interessantes, não necessariamente indispensáveis. Tenho assistido com uma certa frequência (sempre que posso). O Episódio de ontem foi o 16 da primeira temporada deste ano, dia 25 de julho de 2014.
Veja detalhes http://gnt.globo.com/programas/saia-justa/episodios/5187.htm

Com a mudança do primeiro bloco do programa Saia Justa de ontem, o segundo tópico: Solteira e quase feliz. Astrid faz a pergunta ‘é possível ser solteira e feliz?’ e Barbara imediatamente responde ‘Não!’ Eu gosto particularmente desse programa porque essas meninas são muito autênticas. Elas falam com muita desenvoltura sobre suas opiniões e quase muito sem compromisso com o politicamente correto. Eu respeito demais isso. Mas, com a resposta da Barbara, Astrid chamou o intervalo e eu tive tempo de me indignar, refletir e ponderar sobre o impacto que senti com a súbita resposta ‘Não’ de Barbara (para mim a mais espontânea em suas respostas durante o programa).

Não! Solteira e feliz? Não! Em segundos eu vi minha solteirice inteira passar como um filme em minha super habitada mente. Vi todos os meus pequenos e grandes momentos de menina e depois de mulher solteira. Em cada um deles eu procurei resquícios de infelicidade ou de tristezas resultantes do fato de ser ou estar solteira. Não achei um só. A minha solteirice foi a melhor que eu poderia ter tido. Eu a vivi com todas as possibilidades e emoções possíveis. Diverti-me muito sozinha, com amigos (principalmente com amigos), com meus familiares e com colegas de trabalho. Viajei para os cantos que desejei e pude bancar com meu doce e amargo trabalho de professora. Investi em minha educação acadêmica e profissional. Cultivei meu lado espiritual e me descobri de diversas formas. Tive bons relacionamentos e nenhum deles (felizmente) resultou em casos mal resolvidos. Namorei o suficiente, tive amantes, amados, safados, danados, inesquecíveis amores que estão todos por cá e não se tornaram fantasmas.

Nos segundos em que tudo isso me veia à mente, voltei-me também para o abandono de minha solteirice há pouco menos de dois anos (pouco tempo, hein?). Há dois anos eu disse sim, não para o meu noivo, mas para mim mesma. Sim, tu vais viver esse amor a dois, nos moldes de um casamento, dormindo e acordando com ele, sonhando viagens a dois, sorrindo momentos a dois, voltando para casa a dois, planejando futuros a dois, abrindo mão de algumas coisas. Nas alegrias e nas tristezas, a dois. Sim! Tu vais experimentar não só o casamento mas também a não-solteirice.

Eu quis isso. Eu tenho gostado disso. A minha escolha finalmente, após poucos dois anos, não resultou ainda em um grande equívoco e acho que não tem chances de resultar mesmo que eu decida daqui para amanhã voltar a ser solteira. Não será um equívoco porque na minha vida felizmente as coisas que faço se revertem sempre em grandes experiências e sabores. Entretanto, o abandono de minha vida de solteira foi sim e ainda o é uma transição um tanto perturbadora. Foi quase como (imagino eu) um divórcio em um casamento sem filhos. Divorciei-me de tudo que fazia sozinha e bem acompanhada. Sozinha eu decidia tudo, mudava o mundo, construia o meu mundo. A hora que ia e a hora que voltava só diziam respeito a mim. Eu desejava estar entre muitos, dava-me o poder de estar sozinha quando queria e meus amigos eram a minha melhor companhia. Afinal, porque raios eu iria de certa forma trocar tudo isso por um ‘casamento’? Eu descobri com o tempo que a minha escolha de viver a não-solteirice teve um impacto imenso sobre mim e sobre todos os que costumavam estar ao meu redor.

Com o namoro sério ou o casamento, depois de uma longa vida solteira, custa muito às pessoas acostumarem-se com tua nova fase. Uns amigos e parentes (geralmente os mais bem resolvidos com suas próprias vidas, solteiros, casados ou divorciados) vão vibrar. Vão abraçar a tua causa e trazer o teu  amor para dentro do teu grupo e mostrar para ele que ele não vai te tirar de lá e sim tornar-se parte de tudo. Esses, do meu ponto de vista, são os melhores. Outros vão te olhar com descrédito e soltar um irônico ‘como tu foste cair nessa?’; outros vão te olhar com reverência "nossa! Tu vais casar? Que lindo!Amém! Aleluia!Graças a Deus!; e outros vão simplesmente se afastar ou te ignorar.

Com o anúncio da mudança, algumas pessoas olhavam para mim e diziam “nossa! Como tu estás mais bonita! Amar faz bem, hein!” outros diziam “tu tens certeza de que não queres mudar de ideia? Ainda dá tempo!”. Os amigos que ignoraram-me simplesmente desapareceram aos poucos. Não queriam minha companhia e de meu amado e foram cortando os encontros. Se eu estivesse sozinha ok, mais acompanhada não. Foram pouco os casos, mas significantes.

Eu sentia um desgosto terrível por aqueles que chegavam e diziam ‘nossa, como tu ficaste mais bonita, até a pele está melhor!’ Sentia quase vontade de vomitar com esses comentários porque essas pessoas (em grande parte mulheres), do fundo de suas tradições machistas, atribuíam toda felicidade e beleza que eu sempre tive agora ao fato de eu estar noiva; como se eu nunca as tivesse tido antes. Pensava eu ‘que palhaçada é essa!’. Eu tinha vontade de responder ‘então tu achas mesmo que homem é a solução pra mulher feia e triste?’ Eu tive uma solteirice bela, feliz, sorridente, produtiva, discreta em muitos casos e escancarada em outros, cheia de intensos momentos e agora as pessoas (uma parte delas) se comportavam como se eu estivesse estado o tempo todo na merda e só agora que arrumei um noivo eu finalmente me descobri feliz e mais bonita. Não fosse pela minha imensa educação eu teria mandado muitos tomar lá no ...alí.

Aos incrédulos e pessimistas eu tinha apenas vontade de dizer ‘é vida! Não é um casamento! É vida! É amor! É desapego! Vida! Deixe-me viver! Se der tudo errado acolha-me e não me venha com aquela conversa de que ‘eu te disse, não disse?’.

Aos que fugiram e inventaram desculpas para não estar mais comigo eu tive vontade de dizer ‘obrigada por me ter afastado voluntariamente de sua superficial companhia’.

É assim, gente. A solteirice e a não-solteirice são estados de vida (que podem durar uma vida ou não) e ambas tem de ser escolhas, e ambas podem nos deixar felizes sim. É fundamental que ambas nos tenham sido dado como escolhas e não como imposições. Será triste o solteiro que deseja casar e ter filhos porque ele quer o oposto de ser solteiro. Será triste o não-solteiro que deseja sair só com amigos e passar noites nas baladas e chegar a hora que quer e fazer planos sozinhos sem se preocupar com ninguém porque isso é o contrário da não-solteirice bem acompanhada. Nem falo de casamento, falo de não-solteirice como a escolha de estar com alguém, o eleito ou a eleita. Isso é vida e viver traz felicidade e agonias; felicidade é um punhado grande de escolhas próprias, de experiências próprias, sejam elas alegres ou tristes, se forem tuas, com o tempo construirão a tua felicidade porque colocarão em xeque a tua capacidade de lidar com fatos de vida.

Às minhas amigas solteiras, tenho muitas, com e sem filhos, eu digo apenas que vivam e curtam e soltem o dane-se a todos que insistem em perguntar ‘e o namorado?’, ‘quando é que tu casas?’, ‘vais ficar pra titia?’. Se forem solteiras educadas como eu fui, simplesmente ignorem com um sorriso enquanto em suas mentes confirmam que são donas de suas vidas e suas escolhas e também das consequências delas. Se forem mais soltas e menos educadas (como eu também sou capaz de ser) olhem bem nos olhos da pessoa que vos fala em pergunte ‘isso faz diferença na tua vida? Foda-se!’.

O fada-se não vai adiantar muito porque ele geralmente se reverte contra quem o diz nas piores teorias comportamentais que pensam desvendar tudo. Portanto, sejamos mais inteligentes em nossas respostas, mesmo nas menos educadas e lembremo-nos sempre de que ser feliz não é andar cantando, gargalhando, abraçando e sorrindo para todo mundo. Tu podes chorar e te entristecer sem que isso signifique que tua vida é uma grande infelicidade, uma tragédia. Ser feliz é viver!

É possível ser solteira e feliz sim, mas isso é para os fortes porque nossa sociedade é muito fraca. É possível estar casada e feliz sim mas isso vai depender muito do tempo em que passaste solteira e feliz. Vai depender dos relacionamentos e laços verdadeiros que construiste,  vai depender da autenticidade de tuas ações na solteirice e da certeza de tuas escolhas. Vai depender muito de ti e de tudo que tu te deste de presente enquanto vivia sem a companhia deste que hoje chamas de ‘meu amor’ e de tudo que te das de presente enquanto experimenta a novidade que abraçaste.

O importante é ser-se, queridas lindas. :) Solteiras, divorciadas, casadas, whatever. É preciso ser forte para conquistar o que se deseja ser. Ser feliz é para os fortes.

Aqui está o vídeo e as fotos discutidas durante o programa mencionado. Vale a pena assistir, ver e refletir.



beijos

04 novembro, 2011

Rui Machado apresenta HERANÇA - AGENDE-SE!


  Foto cedida por Rui Machado

Rui Machado, artista plástico e compositor amazonense, conhecido por muitos, nacional e internacionalmente, não apenas pelo seu talento para as artes, mas também por sua conquistadora simpatia e amor pelas coisas simples e belas da vida, apresentará na próxima terça-feira dia 08/11 a exposição HERANÇA na Galeria Helena Gomes da Silva do Instituto Cultural Brasil Estados Unidos em Manaus (ICBEU MANAUS).

A exposição conta com 32 quadros (100 X 50 cm) em acrílica sobre tela. Os quadros exibem objetos indígenas que nos remetem todos a nossas heranças ameríndias. O evento é uma passagem obrigatória para os apreciadores de nossas identidades indígenas e das artes no Amazonas.





AGENDE-SE!
Nesta Terça-feira dia 8 de novembro a partir das 19 horas.

Eu estarei lá! 

Realização do ICBEU – Manaus, e apoio da Embaixada Americana no Brasil.

!

Encontre Rui Machado no facebook - Artista Plástico/Compositor - Painter/Composer na empresa RUI MACHADOEstudou na instituição de ensino IEA - Instituto de Educação do AmazonasMora em Manaus, AmazonasDe Manaus, AmazonasNasceu em 17 de Agosto de 1956.

28 outubro, 2010

De repente, GENTE!


De repente, GENTE.




GENTE é tudo singular. GENTE é o coletivo do ser único, GENTE! GENTE é tudo diferente, mas é tudo GENTE. Em todos os cantos deste planeta há de haver GENTE. Para todas as condições de vida possíveis há de ter GENTE. Para todas as necessidades existentes há de existir GENTE. Há GENTE para tudo neste mundo. GENTE é um apelo às regras das diferenças compartilhadas. A sentença é simples: único e diverso - GENTE.

 
Visite todos os cantos do mundo, permita-se entrar nas mais distantes tribos, os mais longínquos lugarejos e você há de se surpreender e se reinventar com a complexidade e riqueza do ser GENTE. Os lugares são belos ou feios porque por alí há ou já houve GENTE.


Lugares existem muitos, uns com beleza que conquista fácil, é só chegar e amar, outros com belezas mais rudimentares que precisam ser aprendidas para serem amadas, outros cujas belezas parecem sinônimo de inferno ou de tristeza, mas todos com sua razão de ser e de existir para toda a GENTE. Você sabe o que o faria achar o inferno bonito? GENTE! O ser humano se distancia dos outros animais e de si mesmo pela capacidade que tem de ser GENTE - complexo em sua existência. O ser humano cresce e evolui quando se torna capaz de ver e valorizar a diversidade que cabe dentro da GENTE. Comparar um ser a outro é primitivo e rudimentar, é como tentar aproximar céu e mar. Não dá!



Toda a GENTE tem algo a nos ensinar. GENTE é este ser cheio de novidades para revelar. Uns com pés no chão, traços primitivos, modos grotescos, outros mais polidos, aparentemente civilizados, ricos. Sensível, humilde, rude, prepotente: GENTE. GENTE gosta de GENTE e não se sente contente se não acha um par com quem compartilhar suas diferenças, com quem renovar sua existência, com quem contrapor sua resistência.




Ser GENTE me torna igual a você, mas não me torna você. GENTE é tudo diferente. Aceite as nossas diferenças. Não tente fazer de mim a sua imagem e semelhança. Muitas guerras se constroem assim. O outro é o que faz desse mundo um lugar fantástico para se viver.

Um lugar que só é incrível porque é capaz de nos oferecer uma diversidade enorme de GENTES. Com todas elas somos capazes de renovar sonhos, sentidos, de reviver, reinventar, reexperienciar, resignificar, reencontrar. GENTE é o acervo vivo daquilo que aprendemos chamar de cultura e que depois passou a ser acervo de tudo que já foi da GENTE. Aprenda a ser GENTE.

25 julho, 2010

Sou fã: Thiago de Melo e Rui Machado

foto cedida por Rui Machado via facebook
Quadro de Rui Machado (imagem cedida via Facebook)
Thiago de Melo e Rui Machado são artistas de obras distintas, mas que se aproximam pela rica presença de sentidos e significados  sonoros e/ou visuais em suas obras. Na arte de um as palavras gritam ou silenciam aquilo que muito peculiarmente toca a cada um de nós em versos livres de poemas ricos. Na obra de outro gritam em cores e traços os sentidos que, como é característico da arte, também vão alcançar muito peculiarmente nossas experências de vida e nos mover a ponto de querer ter a obra em casa. Um poema, assim como um quadro, quando nos conquistam é porque já nos tocaram a alma. Minhas reverências a esses dois grandes artistas amazonenses. Ambos estiveram presentes ontem na Galeria de Artes do ICBEU na abertura da Exposição de Jair Jackmont.

Silêncio e palavra
por Thiago de Melo

 I
A couraça das palavras

protege o nosso silêncio

e esconde aquilo que somos

Que importa falarmos tanto?

Apenas repetiremos.

Ademais, nem são palavras.

Sons vazios de mensagem,

são como a fria mortalha

do cotidiano morto.

Como pássaros cansados,

que não encontraram pouso

certamente tombarão.

Muitos verões se sucedem:

o tempo madura os frutos,

branqueia nossos cabelos.

Mas o homem noturno espera

a aurora da nossa boca.

 II

Se mãos estranhas romperem

a veste que nos esconde,

acharão uma verdade

em forma não revelável.

(E os homens têm olhos sujos,

não podem ver através.)

Mas um dia chegará

em que a oferenda dos deuses,

dada em forma de silêncio,

em palavra transfaremos.

E se porventura a dermos

ao mundo, tal como a flor

que se oferta - humilde e pura - ,

teremos então cumprido

a missão que é dada ao poeta.

E como são onda e mar,

seremos palavra e homem.

...

Um carro passa, você sente a chão vibrar. O som é altíssimo, mas está tudo certo, você já se acostumou com isso.  Um bar da esquina ...